sexta-feira, 24 de junho de 2011

disse a irmã Wu. “Posso sentir que nossos ancestrais estão ansiosos para que sejam realizadas as suas ordenanças.”


Converter Corações em um País de Templos

Adam C. Olson
Revistas da Igreja

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Em 1971, quando os membros ou os missionários falavam a respeito do próprio batismo a Li, Chiun-tsan, que se preparava para ser batizado, descreveram-lhe uma experiência poderosa e animadora. Assim, a fraqueza indescritível que o irmão Li sentiu depois de emergir das águas do batismo não foi exatamente o que ele esperava, e foi certamente algo fora do comum.
Batizado e confirmado em Taipei, Taiwan, aos 17 anos, o irmão Li havia aceitado o cristianismo vários anos antes, mas não achara a paz que procurava, até que o Livro de Mórmon tocou seu coração.
“Senti o Espírito muito fortemente”, diz ele. “O Espírito Santo disse-me que esta era a Igreja verdadeira.”
Por isso, não conseguia entender por que se sentira tão fraco, agora que era membro, e orou para descobrir a razão dessa repentina falta de forças. Uma resposta inesperada traçou o curso de sua vida.
“Eu encontraria forças quando procurasse meus ancestrais para realizar por eles as ordenanças no templo”, lembrou-se ele do que o Espírito lhe sussurrara.
Por mais de 35 anos, o irmão Li, membro da Ala Hu Wei, Estaca Chung Hsing Taiwan, dedica-se à história da família e ao trabalho no templo. Ele e sua esposa, Li-hsueh, traçaram sua linha genealógica até cerca de 5.000 anos, chegando ao Imperador Amarelo, considerado o ancestral de toda a Han Chinesa. Eles já enviaram mais que 100.000 nomes ao templo.
“Às vezes, o trabalho de história da família pode parecer muito pesado”, diz o irmão Li. “Mas o desejo de abençoar os ancestrais de alguém é ricamente recompensado.”
As experiências dos santos dos últimos dias em Taiwan prestam testemunho das bênçãos de participar nas responsabilidades intrinsecamente ligadas à história da família e ao trabalho no templo.

Um País de Templos

Taiwan, uma terra com muitos templos diferentes, é um país em que honrar os antepassados faz parte de uma longa e rica história. Muitas famílias guardam registros que traçam sua linha ancestral por muitas gerações. Inúmeros templos e santuários tradicionais fornecem lugares onde as pessoas acreditam poder comunicar-se com seus ancestrais. Esses edifícios, às vezes centenários e cuidadosamente elaborados, podem ser encontrados quase a cada quarteirão da movimentada Taipei e parecem brotar da vegetação exuberante que cobre a calma zona rural.
“As crenças tradicionais de nosso povo dão muita ênfase aos ancestrais”, diz o irmão Li. “Converter o coração aos nossos pais faz parte da nossa cultura.”
Enquanto a maioria das pessoas procura esses templos em busca de uma bênção de seus ancestrais, existe um templo diferente em Taiwan, no qual as pessoas trazem bênçãos para seus ancestrais, por meio das ordenanças do evangelho restaurado.
Desde a época em que o Templo de Taipei Taiwan foi dedicado, em 1984, ele já concedeu aos membros da Igreja a oportunidade de conseguir bênçãos para eles mesmos e de abençoar seus entes queridos falecidos. Também conferiu um significado eterno aos seus registros de história da família.

Uma Conexão Especial

Da mesma forma que a família Li, a família Wu também traçou sua linha familiar até o imperador. Ao fazê-lo, eles descobriram que os filhos de Wu fizeram parte da 150ª geração desde o imperador. A história chamou a atenção da mídia e, em 2005, Wilford Wu, que na ocasião tinha 19 anos, foi escolhido para representar os jovens de Taiwan durante uma cerimônia anual no tradicional túmulo do Imperador Amarelo.
Para a família Wu, membros da Ala Ching Hsin, Estaca Taipei Taiwan Oeste, a história da família tem sido um esforço familiar. O irmão Wu, Chi-Li e sua esposa, Shirley, fizeram grande parte da pesquisa, e Wilford e sua irmã mais velha, Camilla, ajudaram a organizá-la e realizaram as ordenanças do templo para mais de 3.000 antepassados.
O trabalho conjunto ajudou a unir mais a família Wu. Eles dizem que também os ajudou a sentir uma conexão especial com seus ancestrais.
“Fazer o trabalho por meus pais trouxe do céu uma felicidade que eu nunca havia sentido antes”, diz a irmã Wu. “Tenho uma grande vontade de ser eternamente unida a meus ancestrais. Oro para que eles estejam preparados.”

Muita Ajuda

Ligar 150 gerações não foi fácil. Assim como outras que se envolvem na busca de seus ancestrais, a família Wu reconhece que teve ajuda.
Depois de voltar 26 gerações, eles não conseguiam prosseguir.
“Tudo o que tínhamos era um apelido”, explica irmã Wu.
No último dia do Ano Novo Chinês, a irmã Wu tinha planos para assistir a uma celebração do feriado, depois de servir no templo. Mas, quando uma amiga oficiante mencionou que ia passar no centro de história da família, localizado no terreno do templo, a irmã Wu sentiu-se impelida a ir com ela.
Abriu um livro que continha informações sobre pessoas com o sobrenome do ancestral que a família não conseguia encontrar. Ao abri-lo, justamente a página aberta continha as informações a respeito desse ancestral em particular. Com as informações, ela e a família puderam ligar-se a outras linhas que os levaram a muitas gerações anteriores.
“Para mim foi uma experiência muito peculiar”, disse a irmã Wu. “Posso sentir que nossos ancestrais estão ansiosos para que sejam realizadas as suas ordenanças.”

Uma Bênção para a Posteridade

O desejo de participar das bênçãos do templo levou Chiang, Jung-feng e sua mulher, Chun-mei, do Ramo Chi An, Distrito de Hua Lien Taiwan, a experimentar outro aspecto da promessa de Malaquias (ver Malaquias 4:6). Além de voltar o coração aos seus pais, eles mesmos, como pais, tiveram seu coração convertido aos seus filhos.
O irmão e a irmã Chiang pertencem a um número cada vez maior de membros da Igreja em Taiwan que encabeçam famílias de três gerações que já foram todas seladas.
“É um prazer observar nossos netos freqüentarem a Igreja”, diz o irmão Chiang, que foi desobrigado recentemente do chamado de conselheiro na presidência do Templo de Taiwan Taipei. “É nosso grande dever ajudá-los a vir a Cristo por meio das ordenanças do evangelho. Não podemos interromper a corrente.”
A família Li acredita que os efeitos das ordenanças do templo iniciam-se com o casal.
“Nosso casamento melhorou depois que fomos selados no templo, embora já vivêssemos os padrões da Igreja”, diz o irmão Li. “O fato de o casal ser selado muda seu relacionamento. Quando a vida termina, você perde tudo pelo que trabalhou durante toda a existência — o carro, o emprego, a casa, o dinheiro. Mas não precisa perder sua família.”
“Isso ajuda o casal a compreender o que é eterno e o que não é”, diz a irmã Li. “Assim, você dedica seus esforços e coloca seu enfoque na família.”
Partindo daí, os efeitos se espalham.
“Quando você reconhece estar em uma família eterna, o amor por seu cônjuge e por seus filhos aumenta”, acrescenta o irmão Li. “Como resultado, nosso lar é mais afetuoso. Encontramos ali maior conforto. O Espírito está ali.”

A Mais Alta Bênção

Essas famílias de Taiwan dizem que a história da família e o trabalho no templo abençoam tanto a elas como a sua vida, e encontram consolo nas bênçãos prometidas na eternidade.
“Ao trabalhar no templo, experimentamos uma mudança gradual em nossa vida”, diz o irmão Chiang que, juntamente com sua esposa, já realizou ordenanças vicárias por 16 gerações de sua família. “Senti-me rejuvenescer no evangelho!”
O irmão Chiang também acredita que a influência de Satanás diminui na vida daqueles que participam da realização de ordenanças no templo. “Freqüentar o templo traz reverência ao nosso coração”, diz ele. “Esquecemo-nos das coisas mundanas.”
O irmão Wu concorda: “Se pudermos aprender a levar conosco para casa a espiritualidade e a alegria que encontramos lá, isso ajudará nossa família a vencer a atração exercida pelas coisas do mundo e a ficarmos mais próximos de Deus”.
Essas famílias acreditam que receber as ordenanças do templo e proporcioná-las àqueles que não as receberam nesta vida é essencial para alcançarem suas metas eternas.
O Presidente Gordon B. Hinckley ensinou: “As ordenanças do templo são as mais altas bênçãos que a Igreja tem para oferecer”. 1
“O principal objetivo de pertencermos à Igreja é voltarmos ao nosso Pai Celestial como famílias eternas”, diz o irmão Chiang. “Para isso, precisamos receber todas as ordenanças essenciais encontradas no templo.”

Uma Demonstração de Amor

Durante sua missão, Camilla Wu aprendeu o quanto cada alma é importante para Deus. Camilla sentiu em profusão o amor do Salvador pelas muitas pessoas que pôde ensinar.
“Quando voltei para casa e me envolvi com a história de nossa família”, diz ela, “compreendi que talvez pudesse exercer uma grande influência na salvação das almas ao fazer a história da família e realizar as ordenanças no templo”.
A família Wu sente que o templo é uma das maiores manifestações do amor que nosso Pai Celestial tem por Seus filhos, devido a tudo o que Ele lhes oferece.
“O significado que encontro no templo”, diz Wilford, o irmão de Camilla, “é o amor de Deus por Seus filhos”.

Vendo a conexão

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Chen-Yang Su-yuan ficou cega desde 1981, quando teve complicações depois de uma cirurgia de catarata. Mas o fato de perder a visão ajudou-a a encontrar o evangelho e, em última análise, auxiliou-a a compreender a importância do trabalho no templo e da história da família.
Tendo ficado cega recentemente, a irmã Chen não imaginou que as duas moças que bateram à sua porta pedindo-lhe um copo de água eram missionárias. Convidá-las para entrar fez toda a diferença em sua vida.
“A maioria das pessoas me considerava inútil por ser cega”, diz a irmã Chen. “Contudo, não era isso que Deus queria me dizer. Ele enviou as missionárias depois que perdi a visão para me ensinar que todos nós somos filhos de Deus, e que Ele nos resgatou por um grande preço. Aprendi o meu valor por causa do resgate pago por Jesus. Eu sou inestimável.”
Desde aí, a irmã Chen serviu em muitos chamados na Ala I de Chung Li, Estaca de Tao Yuan Taiwan, e também serve no templo desde 1992.
Mas, perder a visão não seria o único desafio que a irmã Chen teria de enfrentar. Em 1987, ela quase morreu com o desenvolvimento de um grande cisto, que exigiu a remoção de uma costela. Ela sobreviveu, mas as despesas médicas acabaram com as economias de toda sua vida. Ela ficou imaginando por que Deus simplesmente não a levou.
Ela disse que a resposta Dele foi: “Você ainda tem muitas coisas a fazer”.
Não muito depois, sentiu-se motivada para fazer o trabalho de história da família.
“Eu fiquei imaginando como iria fazer genealogia, sem poder enxergar” diz ela. “Mas o sentimento continuou.”
Com a ajuda de uma amiga querida, pesquisou 22 gerações de sua linhagem familiar principal, e ela mesma realizou todas as ordenanças pelas mulheres. Agora trabalha com ramos familiares indiretos. Em sua caminhada, passou a valorizar o forte vínculo existente entre o trabalho do templo e o de história da família.
“Existem muitas ordenanças que recebemos no templo, e todas elas são importantes”, diz irmã Chen. “Mas precisamos fazer a história de nossa família. Não podemos realizar essas ordenanças por nossos ancestrais sem fazer antes a nossa genealogia.”
“A história da família e o trabalho do templo são uma coisa só”, diz o Élder Dennis B. Neuenschwander, dos Setenta. “A pesquisa da história da família deve ser a principal fonte de nomes para as ordenanças do templo. As ordenanças do templo são a principal razão da pesquisa de história da família.” 1
Atualmente, a irmã Chen batalha contra uma nova doença e as seqüelas de um pequeno ataque do coração. Vinte anos depois de perguntar a Deus por que sua vida fora poupada, viu-se fazendo a mesma pergunta — e recebendo a mesma resposta. “Eu já não lhe disse?”, sentiu-O dizer. “Você ainda tem trabalho no templo para fazer.”
Assim, a irmã Chen continua a passar uma semana por mês no templo.
“Estas são coisas que precisamos fazer por nossos ancestrais, porque eles não podem fazer por si mesmos”, diz ela. “Em minha situação, não tenho os compromissos de horário que os outros têm, como emprego e outras coisas. Preciso trabalhar muito agora, enquanto posso.”

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