sábado, 29 de dezembro de 2012

Fonte: http://www.ingers.org.br/Principiante.html

Colaboração do Confrade Victorino Coutinho Chermont de Miranda

Capítulo I
A palavra GENEALOGIA vem das palavras gregas:
 GENEA = geração e LOGIA = discurso. 
A genealogia é, dentre os ramos do saber, o que se refere às famílias, estudando-lhes as origens, mostrando a sua evolução, descrevendo as gerações e traçando, embora resumidamente, a biografia das pessoas que as compõem. 
Antigamente tinha a genealogia não somente a finalidade de registrar as gerações, mas igualmente a de servir às habilitações de “genere” dos que pretendiam entrar nas ordens religiosas e militares, na magistratura, nos cargos do Tribunal do Santo Oficio, e em quaisquer posições para as quais se exigisse a chamada “limpeza de sangue”. 
Hoje, destina-se a reconstituir o passado de cada grupo familiar, retomar laços de parentesco e, sobretudo, revelar o processo de formação social de uma região. Por isso se costuma dizer que a genealogia deixou de ser uma ciência auxiliar da História para tornar-se uma parte dessa própria Historia, tantos e tais os elementos informativos com que trabalha. 
Os trabalhos genealógicos feitos com o rigor e método exigidos modernamente são complexos, por que utilizam elementos de variada natureza. Mas você pode fazê-los. 
Capítulo II
 Pegue as certidões de nascimento de seus pais. Nelas você encontrará as datas de nascimento e os locais de origem de cada um deles, bem como os nomes de seus avós. 
De posse de tais informações, escolha o ramo que você irá pesquisar (paterno-paterno, paterno-materno, materno-paterno e materno-materno). Ou seja, a família cuja trajetória você pretende reconstituir e siga-a, sem se desviar do objetivo.
 Capítulo III
 O passo seguinte é saber onde nasceu esse avô ou avó que você escolheu. Caso não tenha a certidão de nascimento dele(a), procure saber com alguém da família de onde aquele era natural e vá ao Cartório do Registro Civil da localidade e, pelo nome completo e data aproximada (entre uma geração e outra calcule 25 a 30 anos) tente encontrar o respectivo registro.
 Mas lembre-se: esse caminho só vale para nascimentos após 1891, pois antes dessa data os Cartórios do Registro Civil eram pouco utilizados para tal fim. Se esse seu avô ou avó nasceu, bem antes daquele ano, há que procurar na igreja onde aquele(a) foi batizado. Ou na sede do respectivo bispado.
 Capítulo IV 
Certidões de casamento e óbito, escritura de terras, testamentos e inventários, passaportes, retratos e cartas de família também podem ser úteis. Examinando-os, muita informação pode ser encontrada. E, como elas as coleções de artigos de jornais de sua cidade e os almanaques históricos e comerciais da região.
 Examine, pois, esse material com atenção e, se tiver sorte de encontrar alguma pista, siga-a.
Capítulo V 
O depoimento dos mais velhos, (Avós, tios e primos) também é útil. Muitas vezes eles sabem de nomes, parentescos e acontecimentos da vida da família. Há sempre alguém em toda família, que é mais ligado à história dos seus. Procure-o. Puxe por ele e anote. Sobretudo isto – anote, para não se ver depois, traído(a) pela memória.
 Capítulo VI
Se o avô ou bisavô que você procura teve determinada profissão, há possibilidade de encontrar algo nos respectivos órgãos de classe (exemplo: Junta de Comercio, se comerciante; Repartições Publicas e Ministérios Militares, na hipótese de ter sido funcionário civil ou militar, etc.) Igual sindicância pode ser feita nas secretarias das escolas e faculdades. Os livros de matriculas trazem filiação, nascimento e colação de grau. 
Irmandades religiosas e Santas Casas de Misericórdia também valem uma visita, se seu avô ou bisavô dói irmão ou benfeitor. E o cemitério local também. Isto mesmo, o cemitério, pois lá estão os livros de enterramento e as certidões de óbito, onde pode estar a informação de que você precisa. 
Mas se seu avô ou bisavô eram estrangeiros, o caminho mais prático para localizar dados sobre eles é o Arquivo Nacional, pois lá estão os processos de entrada no país na época do Império e se a chegada daqueles foi posterior, há que procurar o Ministério da Justiça.
 Capítulo VII
Existe, ainda, um outro recurso que costuma ajudar. Escreva uma carta àqueles que você sabe serem seus parentes distantes e peça-lhes as informações que lhe faltam para estabelecer o parentesco. Carta simples, do tipo circular, em que explique o objetivo de sua pesquisa e peça didaticamente o que lhe interessa (exemplo: os nomes dos pais, avós, bisavós, ou da mulher, filhos e irmãos, ou as datas e locais de nascimento, casamento e óbito ou as respectivas profissões). Mas lembre-se: quanto aos nomes femininos, peça sempre os de solteiro.
Se a família tem um sobrenome pouco comum, ou por ser estrangeiro ou por ter um sobrenome composto (exemplo: Cardoso Fontes, Mata Machado, etc.), dê uma busca no catálogo telefônico de sua cidade e dos locais para onde conste terem ido alguns parentes e despache a sua carta. A tentativa costuma dar resultados.
 Capítulo VIII 
Genealogia é pesquisa e paciência. Não queira dar saltos. Comece do zero e vá em frente. Passo a passo. Não se preocupe em chegar a Adão. Três ou quatro gerações já são alguma coisa. É pouco? Talvez, mas há gente que nem isso consegue. E vá anotando tudo num caderno ou em fichas. Uma folha ou ficha para cada um:  nome, filiação, datas de nascimento, casamento e óbito, os locais respectivos, profissão, nome do cônjuge (de solteira, se mulher) e a respectiva filiação (veja Anexo I). Cada filho casado, por sua vez, gera um novo registro, onde você colocará os dados que a ele concernirem e assim sucessivamente.
 Capítulo IX 
E quando você quiser transformar essas anotações ou filhas num texto corrido?
 É fácil: partindo do ancestral mais antigo, numere as gerações em romano (I II, III, etc.) e a prole de cada um em arábico, sempre na ordem de nascimento respectivo (I.1, I.2, I.3, II.1, II.2, II.3, etc.) como no Anexo I e coloque os dados de cada um. Não se esqueça de incluir os que morreram criança ou sem descendência.
Parece difícil, mas não é. Repare no Anexo I: as colunas de algarismos romanos começam sempre à esquerda da página e, na medida em que as gerações se sucedem, avançam para a direita, sempre seguidas do algarismo arábico que indica a ordem de filiação. Os filhos sejam quantos forem, estarão sempre na coluna I, os netos na coluna II, os bisnetos na III e assim por diante. E cada uma dessas colunas começa sempre numa linha vertical imaginária que você pode traçar do primogênito ao caçula em cada uma daquelas gerações. Numa árvore descendente, como é a de que estamos tratando cabem todos: o bisavô, o filho ou filha de que você descende (seus avós), os irmãos deste(a) (seus tios-avós) e as respectivas proles, seu pai (ou mãe) e os irmãos dele(a), você e seus irmãos, cunhados e sobrinhos.
 Capítulo X 
Do bisavô para cima, se a família é originária do lugar onde ainda hoje vive, convém consultar alguém que conheça a história do local, pois ele poderá ajudá-lo(a) com mais alguma informação. Caso a família seja de outro Estado, procure informar-se acerca da existência de algum genealogista ou instituição genealógica na região.
 Capítulo XI
Mas, há também um outro tipo de árvore genealógica. São as chamadas “árvore de costado” ou ascendentes. Nelas você parte do seu nome e vai subindo. Mas nesse tipo de árvore não cabem os colaterais, só você, seus pais, avós, bisavós, trisavôs, etc.  Ou seja, geração em linha direta, sem os irmãos, tios, tios-avós e primos. É sem duvida mais simples, mas não cobre toda a família. Só a sua linha. Você também pode fazê-la.
 Capítulo XII 
Um ultimo lembrete: genealogia, hoje, não é simples sucessão de nomes e datas. É a história da família a partir de cada um dos seus membros e de suas relações de parentesco. Não deixe de anotar, assim, tudo o que você encontrar de histórias, fatos, tradições e costumes dos seus. Quanto mais vida melhor. Afinal, esses nomes que resgatamos da noite dos tempos não devem voltar ao nosso convívio como almas mortas, mas como figuras que fazem parte da história de cada um de nós.
E se você encontrar retratos, salve-os. Eles valem por uma biografia, pois têm tudo para revelar a personalidade do retratado. Sua aparência física, seus traços de família, sua idade, seu ambiente, seu modo de ser. Uma genealogia ilustrada vale por duas. E dá aos céticos a certeza de você não estar falando de fantasmas.
 Capítulo XIII
Não desanime, pois, cada descoberta é uma conquista e cada conquista um novo desafio. E como um pouco de sorte e muita persistência você acabará conseguindo seu intento. Vá em frente, que vale a pena tentar.
Nota à 2ª Edição 
A benévola acolhida com que estas paginas foram recebidas, tanto pelos genealogistas como pelo publico a que se dirigem, levou-me a dar-lhes uma 2ª edição. Escritas com a simplicidade requerida por sua finalidade didática, nem por isto deixaram de cumprir o papel a que se destinam: o de ajudar os interessados no conhecimento e na técnica desse tipo de pesquisa.
Possa esta nova edição continuar a servir a tal objetivo

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