Depois de 35 anos de pesquisa, o genealogista carioca Carlos Eduardo de Almeida Barata conseguiu fazer sua árvore genealógica incluindo antepassados que nasceram no ano de 1430. A empresária Regina Cascão Viana está parada num familiar nascido em 1600. Poucos conseguem ir tão longe, mas descobrir as raízes da família não exige tanta tenacidade. Sites na internet, listas de discussão e igrejas mórmons facilitam a vida dos interessados em achar suas origens, embora uma pesquisa mais aprofundada exija busca de registros em cartórios. Os números demonstram que a genealogia está em alta. Só no Yahoo nacional há mais de 1.500 grupos de debate dispostos a ajudar. No site da igreja mórmon, maior fonte de genealogia mundial, são feitos 8 milhões de buscas por dia. Os mórmons acreditam que a família precisa permanecer unida mesmo após a morte e, por isso, é necessário que se conheçam os antepassados. Desde 1894, os mórmons recolhem informações em cartórios, igrejas e arquivos públicos, formando imenso banco de dados aberto ao público em geral. A igreja mantém 280 milhões de páginas microfilmadas sobre as famílias brasileiras.
EM BUSCA DOS ELOS PERDIDOS
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Existem duas formas de pesquisa: a chamada árvore de costados, na qual o interessado parte de seu nome e vai buscando o dos antepassados; e a ''árvore de descendência'', em que se escolhe um patriarca distante e procuram-se todos os descendentes até a geração atual. A primeira é menos limitada porque permite avançar até épocas distantes. A segunda, porém, trará todos os parentes. Confira os principais passos |
1) Especialistas aconselham escolher apenas um dos sobrenomes para fazer a busca. Desta forma, o pesquisador restringe a busca a apenas um ramo da família e, depois que acabar, pode procurar pelos outros |
2) Entreviste membros da família, especialmente os mais velhos. Não dispense informações, mesmo as que pareçam exageradas ou mentirosas. Se seu bisavô diz que o patriarca da família era ''dono de Mato Grosso'', isso pode significar que ele era um grande proprietário de terras na região |
3) Procure saber se alguém na família já fez os chamados ''libretos de genealogia'', anotações sobre os ancestrais. No passado, era comum anotar em Bíblias as datas de nascimento dos novos membros |
4) Tente descobrir as datas de casamento, nascimento ou batismo dos familiares. Poucos sabem o dia do aniversário de antepassados, mas a maioria conhece, por exemplo, em que ano e com que idade a pessoa morreu, o que serve para calcular o nascimento |
5) Faça um esboço cronológico com o nome, o local e a data dos nascimentos. Em seguida, entre em contato com cartórios das cidades buscando certidões de nascimento, óbito ou casamento. Cartórios civis têm registros a partir de 1889, quando foram criados |
6) Antes desse ano, a Igreja é que fazia as anotações, mas só de batizados e casamentos. Os documentos da Igreja vão até 1560. Para datas anteriores, os chamados ''nobiliários de famílias'' podem ser a fonte |
7) O mais antigo deles é o Nobiliário de Família de Portugal, de Manoel Felgueiras Gayo. Especialistas dizem, porém, que não há comprovação documental confiável anterior a 1560 |
Ilustração: SBraz Fontes: Carlos Eduardo de Almeida Barata e Regina Cascão Viana, genealogistas
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